terça-feira, dezembro 26, 2006

Amanhecer no planeta terra

Já há algum tempo que ando para escrever este post, mas tenho vindo sempre a adiar (ai, ai, que bloguista desnaturada!).
Voltando ao assunto que aqui me trouxe: nunca vos aconteceu, durante a noite, olharem para as fachadas dos prédios e perguntarem o se passará por detrás daquelas poucas luzes acesas?
Esta pergunta já me passou várias vezes pela cabeça, mas o caso mais notório foi há uns meses atrás quando, ainda de madrugada, atravessei a cidade de Lisboa a caminho do aeroporto (ia para Londres).
A cidade ia amanhecendo aos poucos, somente umas tímidas luzes aqui e ali... E eu dentro do carro, vendo prédios, árvores, carros, lojas, jardins sucederem-se uns aos outros, como num filme em slow motion, pensava: são *** horas, eu estou a caminho do aeroporto, será que naquela casa está uma mãe de roupão a fazer torradas e café? E por detrás daquela luz? Um marido no seu fato de trabalho a despedir-se da mulher? Miúdos a verem os desenhos animados na sala?
Imaginar o que poderá estar a acontecer numa suposta cidade adormecida, a multiplicidade de vidas "escondidas" pelos pedacinhos de espelho, uma janela de mundo...
Sinto-me extasiada ao pensar que somos milhares de pessoas a viver no mesmo planeta, com vidas diferentes, alegrias e tristezas diferentes... Adoro pensar que na mesma fracção de segundo milhões de coisas diferentes se desenrolam, uns dormem, outros levantam-se para o trabalho, outros tomam o pequeno-almoço. Cada um cumpre a sua missão, milhões de pequeninas formigas-missão. Contudo o exterior continua a aparentar aquela paz e tranquilidade de uma cidade que se espreguiça aos primeiros raios de sol...

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Have yourself a Merry Litlle Christmas!

Estava sentada ao computador a conversar com uns amigos e a pesquisar na "world wide web", senti uma vontade de vir aqui escrever... Não sei bem sobre o quê, mas apeteceu-me; quis vir um bocadinho ao meu cantinho escrever qualquer coisa.
Há pouco estive a pensar sobre o cheiro a lareira acesa que invade as ruas nesta altura do ano. Eu entro como que em extase, pareço uma criança pequena quando sabe que já falta pouco para o Pai Natal chegar. Para mim, a quadra natalícia não se torna especial pelo receber presentes (para dizer a verdade, sinto-me muito mais realizada ao dar algo especial com valor - sentimental-, do que receber...). Acho que posso afirmar com toda a certeza que para mim o Natal se resume a gestos, sons e cheiros...
Sim, a cheiros! Cheiro de lareiras acesas (quando estou na rua e pressinto aquele cheirinho a lenha queimada, oh meu deus...), cheiro vindo da banquinha de castanhas onde um pobre velhote as assa pacientemente, cheiro a cabrito no forno na manhã de Natal, cheiro da minha mãe a cozinhar os doces, cheiro do frio da rua e esfria os nossos narizes e nos deixa bastante parecidos com o Rodolfo, a rena do Pai Natal, cheiro a Véspera de Natal, cheiro a Natal... Até acho que as canções de Natal, os filmes da quadra que passam todos os anos na televisão, a azáfama (e "balburdia organizada") na cozinha...
Mas também temos os gestos e os sons: as músicas de Natal que nos vêm à memória enquanto decoramos a árvore; a magia das luzes; o prazer (dos mais belos que existem) de ficar a olhar, quieta, com tudo desligado em redor, deixando apenas ficar a iluminação candenciada da árvore, o vestir gorros, cachecóis, luvas e sair para a rua, sorrindo, simplesmente porque é Natal! Poder ir seja onde for e desejar Feliz Natal!
Por tudo o que o Natal simboliza e as palavras não o conseguem exprimir, o que eu peço é que este Natal seja muito especial
ALL I WANT FOR CHRISTMAS...

domingo, dezembro 03, 2006

A eterna cidade perdida

Nada faz mais sentido neste momento do que escrever estas linhas…
Hoje vi um filme, intitulado “Havana, a cidade perdida”. Pondo de parte as questões políticas indissociáveis este país, para mim, o mais marcante neste filme foi o retrato do espírito cubano, da paixão, do seu cha-cha-cha…
Não me perguntem porquê, pois não saberei responder, mas a verdade é que este filme ficou “preso” em mim: a música, a alegria daquele povo, até o cheiro de um país (onde nunca fui) me ficou!
"Havana é isto", dizia Andy Garcia.
Quando o filme acabou, cheguei à conclusão que há dois países que me fazem voar (nem que seja apenas por me imaginar perdida no meio de toda a sua magia): Itália e Cuba.
Sobre Itália já existe um post que descreve na perfeição o efeito que o país "da pasta" tem em mim e, por isso, pareceu-me suficiente republicá-lo (vejam o post anterior).
Contudo, o assunto hoje é Cuba!
Como comecei por dizer neste post: «nada faz mais sentido neste momento…». E é verdade: hoje vi um filme (não um êxito de bilheteira, mas simplesmente um daqueles filmes que te tocam de uma forma inexplicável e que te fazem ver o mundo de um modo completamente diferente) sobre Cuba e, há uns dias atrás, sem imaginar que hoje estaria aqui em frente ao computador a escrever isto, publiquei um post sobre a paixão de dançar – quando penso em dança, penso em Cuba.
Chamem ingenuidade de alguém inexperiente, chamem ignorância de alguém que nunca esteve em Cuba, chamem o que quiserem, mas a verdade é que muitas das coisas em que acredito, vejo-as no espírito cubano (não pensem que tenho intenções de mudar de país). Talvez seja melhor explicar-me.
Comecemos pela música: os cubanos têm um sentido de ritmo, a meu ver, fascinante. Tocam com a alma, com o coração e põem todo o seu sentimento em cada nota que tocam. Eu não consigo ficar indiferente à sua música, é como se uma onda me invadisse e eu deixo a música me levar (adoro fechar os olhos e mover-me ao ritmo da melodia, esquecer o que me rodeia; naquele momento sou só eu e a música). As próprias ruas estão cheias de melodia, é como se a música nos acompanhasse enquanto nos perdemos por vielas e ruelas. A música está em todo o lado.
As pessoas têm uma alegria de viver admirável: perante as dificuldades, continuam a sorrir, a ter alegria de viver, a sentir prazer em reunirem-se num pátio ou praça tocando um cha-cha-cha, uma salsa... e ficando ali, esquecidas dos problemas, simplesmente vivendo aquele momento.
Depois, há aquela liberdade, aquela vontade de guardar para sempre aquele pôr-do-sol perfeito, aquele fim de tarde a olhar o mar, aquele sorriso, aquele beijo, aquele momento…
E por último, uma das coisas em que mais acredito, o mantermo-nos fiéis às nossas causas. Devido a todas as situações políticas que Cuba já atravessou, o seu povo desenvolveu um espírito lutador e defensor daquilo em que acredita. Não interessa qual a sua ideologia, ou se aquilo que defendem está ou não de acordo com o que cada um de nós pensa, mas a verdade é que os cubanos são lutadores!
Contudo há uma coisa de que não abdicam: a família. Podem os irmãos, sobrinhos, primos, tios, terem ideais diferentes, mas quando a família está reunida, tudo fica para trás. Família primeiro que tudo…
Por tudo o que Cuba, com a sua capital Havana, representa, será para sempre a eterna cidade perdida…

A magia italiana

Já passa da meia-noite, mas mesmo assim apeteceu-me vir aqui escrever! Não sei bem sobre o quê, não tenho nenhum assunto de qual queira falar em particular. Vou deixar os dedos correrem pelo teclado e ver no que dá!
Talvez, vá falar de Itália... sim Itália parece-me apropriado! Há poucas horas atrás sagrou-se campeã do mundo, seria como uma pequenina homenagem.
Este país (que já tive a sorte de visitar) é um dos mais belos que existe! A meu ver combina o passado e o presente, a realidade e a magia, em algo indescritível.
Comecemos pelo passado: Itália, principalmente Roma, está inundada de monumentos, ruínas, lembranças de um passado áureo dos imperadores. Quando estamos perto dos monumentos é como se sentíssemos as vibrações daquele lugar, é como se tocássemos na pedra e ficássemos a saber toda a história que ele encerra, tudo o que aqueles muros presenciaram (desculpem talvez isto seja a minha paixão por História a vir ao de cima).
Diz-se que Itália é onde florescem os amores! E vejo-me obrigada a concordar, não que me tenha apaixonado em Roma, mas sim porque toda aquela envolvência é magnética! Não consigo conceber nada mais romântico do que passear com a pessoa de quem gostamos pelas ruas, descobrindo histórias novas a cada esquina, visitando o coliseu de Roma, a praça de São Marcos (assistir a um Carnaval aqui deve ser de cortar a respiração), a torre de Piza, a Capela Sistina... Também há os passeios de gôndola, claro (aqui já estaríamos em Veneza). Ainda no campo do romântico, os jantares num restaurante sossegado à luz de velas - quem não tem no seu imaginário aquela cena do filme infantil "A Dama e o Vagabundo", em que os dois cachorros partilham um prato de comida italiana.
Itália é magnífica, adoraria lá voltar e aconselho todos a visitá-la!

sábado, novembro 25, 2006

Dança comigo outra vez

«Fecha os olhos, esquece o que vês... O que é que sentes?».
A música começa a invadir-te; cada nervo do teu corpo estremece. A anca começa a balançar ao ritmo da batida. Os braços erguem-se, procurando o par. Os braços dele envolvem a tua cintura. Ele está ali, próximo, perto, colado. A música é vossa. A pista é vossa. Esquecem o mundo, tudo o que está em redor fica desfocado. Aquele momento é vosso. É ali, é agora. As vossas almas ganham vida, a razão deixa de comandar. As vossas emoções começam a soltar-se. Cada movimento é um grito de expressão.
Olha para mim, olha-me nos olhos, olha para a minha dança. Tudo o que sou é aqui e agora, nesta pista de dança. Aqui esqueço o mundo e entrego-me. Apaixono-me.
Dança comigo outra vez.
«Esquece o que vês. O que sentes?» A música, o ritmo, a liberdade, a vida, a emoção, a paixão,...
Esta noite é nossa. A pista é nossa. Outra vez, uma vez mais... Dança comigo outra vez...

sexta-feira, novembro 24, 2006

Palavras para quê?

Há uns dias atrás andava a vaguear por um blog que encontrei e, numa das suas postagens, o autor tinha decidido dissertar sobre as palavras... ao início não percebi bem onde é que aquilo ia dar, mas embarquei na leitura e cheguei ao fim totalmente embevecida com aquelas linhas!
Ele falava da magia das palavras, da sua capacidade de significar tanta coisa, sem deixar de ser a mesma palavra... referia ainda o facto de nós não possuirmos as palavras, apenas as dispomos alinhadas umas ao lado das outras na esperança de que elas façam sentido...
Foi um "post" excepcional, que demonstra grande capacidade de "dispor as palavras, alinhadas umas ao lado das outras".
Tenho andado a estudar Filosofia e num dos temas é dito que para pensar usamos as palavras, são elas que exprimem os nossos pensamentos e que estabelecem as ligações entre as nossas representações mentais. Se pararmos um pouco para pensar, chegamos à conclusão de que uma coisa tão simples, como uma palavra, pode ter uma magnitude tão grande.
Palavras... as palavras estão em todo o lado, em cada cantinho das nossas vidas e sem darmos por isso são, talvez, o nosso bem mais precioso! Com as palavras podemos dizer aquilo que pensamos, podemos exprimir aos outros os nossos "sorrisos", as nossas lágrimas, podemos envolvê-las em magia e mistério e criar coisas tão belas e tão sublimes...
O que seria de nós sem as palavras?
Não precisamos de ser génios para criar textos lindos (que "a crítica aplauda"). Basta deixar que sejam as palavras que nos guiem, basta dar-lhes espaço e admirá-las de coração aberto...
Basta amar as palavras...

Com um brilhosinho nos olhos

Tenho andado a revolver e revolver a minha imaginação para ver se encontrava algo interessante sobre o que falar, mas não surgia nada! Porém, hoje, ouvi, na minha opinião, um dos mais belos elogios que alguém pode dizer a outro alguém: um elogio sobre o olhar dessa pessoa, sobre o brilho do seu olhar.
À primeira vista, pode parecer uma referência ao tão discutido (e por vezes criticado) conceito de aspecto exterior, mas eu não o encarei como tal. Para mim, os olhos são o espelho da alma. São uma das mais belas coisas criadas!
O olhar é algo de mágico, misterioso. Com ele conseguimos captar a atenção de alguém; dizer tudo o que sentimos cá por dentro, sem proferir uma palavra,... Com o olhar temos a certeza de que o nosso intimo está seguro, pois só aqueles que nos compreendem é que saberão interpretar o seu brilho.
Neste momento não consigo conceber nada mais delicioso que olhar para alguém e ver aquele brilhozinho de felicidade, aquele "não sei o quê" difícil de definir e apaixonante! É como um filme em que tudo se move, mas não ouvimos qualquer som; somos simples espectadores que captam tudo e desfrutam o momento sem necessidade de intervir...

quarta-feira, novembro 22, 2006

Lusitana paixão

(Este texto já foi escrito há algum tempo, quando ainda fazia sol e os dias eram quentes.... mas não podia deixar de o colocar aqui, pois "pedidos de várias famílias" no exigiam... Aqui está ele:)

O dia foi cheio de sol, quente, e que tal aproveitar uma sugestão da minha mãe e escrever sobre uma ida que fiz ao Chiado?
Convém começar pelo princípio: há duas semanas atrás fui ao Chiado para cortar o cabelo. Fui sozinha e a minha mãe mais tarde foi ter comigo. Como só tinha marcado para as 18 horas e a minha boleia deixou-me em Lisboa por voltas das 16h, decidi sentar-me na esplanada do mítico café "A Brasileira"...
Enquanto subia o elevador de Santa Justa e depois a rua Garrett, pensava para comigo mesma que os transeuntes deviam estar a perguntar-se se eu não seria "maluquinha", tal não era o meu sorriso de contentamento! Não sei bem explicar, mas Lisboa tem em mim um efeito mágico, que me faz ver em cada esquina, cada rua, cada pessoa, uma maravilha inexplorada, algo simples, sublime e puro.
Já sentada na esplanada, pus-me a absorver tudo o que se passava à minha volta: os turistas estrangeiros que passeavam de mapa na mão (tinha vontade de interpelá-los e perguntar se estavam a gostar do nosso país e dizer-lhes também que aquela zona da cidade era maravilhosamente bela), os "saltimbancos" que procuravam algumas moedas dos transeuntes, as pessoas a saírem dos empregos, meros turistas de ocasião que por ai deambulavam. Toda esta mistura me fascinava! Como tantas coisas tão diferentes entre si coexistem e contribuem (muito provavelmente sem se aperceber) par formar a beleza da cidade - que, a meu ver, é a alma do povo português.
Experimentem ficar incógnitos no meio da multidão a admirar o vaivém de pessoas que percorre aquela zona... É uma sensação radiante, que nos inflama o peito de orgulho se ser português... Experimentem vão ver que não se arrependem...

Já não cabemos lá em casa...

Depois de um fim-de-semana prolongado, onde estive longe da tecnologia urbana - os únicos contactos que tive foram um pouco de televisão à noite e umas olhadelas esparsas para o telemóvel -, vim de baterias renovadas. Porém, este fim-de-semana não foi tão maravilhoso como a primeira vista tudo indicava... e é para em poucas linhas deixar uma espécie de promessa que, hoje (que me apetecia prolongar por mais algum tempo a minha distância dos meios electrónicos), liguei o computador e vim para aqui escrever!
Provavelmente todos nós temos na nossa consciência as mágoas pelas quais os velhinhos passam quando os filhos já têm a sua vida organizada e (tal como um sofá de almofadas gastas, quando se compra um novo) deixam de ter espaço na vida dos filhos. Não vim aqui para falar daqueles casos em que os filhos, porque por e simplesmente não estão para se chatear, nem ter trabalho, "enviam" os pais para lares de idosos. Muitas vezes nem se dignam a um telefonema. Não, não quero falar sobre eles porque são casos desprezíveis, só espero que um dia não passem pelo mesmo...
A promessa que eu quero deixar é sobre uma outra face, a meu ver, muito mais dolorosa para os filhos: quando os pais não querem sair das suas casas, mas já não reúnem as capacidades totais para tomarem conta deles próprios e nem deixam que os filhos tomem.
É doloroso relembrar quando eles apanhavam transportes públicos (que todos sabemos não serem muito confortáveis) para vir visitar os filhos e os netos e, agora, nem mesmo para passar duas horinhas ao almoço com os netos e filhos, querem sair de casa. Dói ver que as linhas do pensamento já não são tão lúcidas como eram... Custa vê-los com medo de tudo e de todos, pensando que querem sempre fazer-lhes mal... Dói (talvez mais a nós, filhos e netos) descobrir que eles caíram, enquanto estavam sozinhos, e que não foram capazes de nos contar... Custa saber que talvez uma consulta médica ajudaria a tirar as dores do corpo (e da alma, também) de que constantemente se queixam, mas eles recusam-se a ir, dando a eterna desculpa "os médicos não sabem nada"... Mas, acima de tudo, corrói-nos interiormente saber que se tentarmos entrar um pouco mais no seu espaço (por mais nobres e bondosas que sejam as nossas intenções), só vamos contribuir para deixa-los mais nervosos e assustados...
A promessa, que tinha em mente quando iniciei esta postagem, baseava-se mais ou menos no seguinte: Prometo-te mãezinha e paizinho que tomarei sempre conta de vocês e farei o meu melhor para que tenham uma velhice feliz... Contudo, fiquei assustada perante a hipótese de os meus pais se fecharem no seu próprio casulo e não me deixarem dar-lhes a mão. Por isso, decidi modificar a minha promessa...
«Pai, Mãe, juro-vos que farei aquilo que estiver ao meu alcance e, se for necessário, farei o impossível também, para que tenham uma velhice feliz e descansada. Por mais que me doa saber que estou a deixar-vos nervosos e desnorteados, vou engolir as lágrimas, porque não permitirei que se isolem e deteriorem de dia para dia. JURO-VOS que nunca terão necessidade de dizer "Já não cabemos lá em casa..." »

A gota primordial

Chovia lá fora... Em toda a casa reinava o silêncio (só eu estava em casa); mantinha-me quieta, no sofá a pensar...
«Preciso de fazê-lo! Tenho de o fazer! É hoje, é agora, é tempo!». Algo em mim ordenava-me que marcasse aquele momento de viragem. Era a altura de "despir" todos os velhos hábitos, já exaustos e gastos, e lançar-me numa nova epopeia (agora senti-me um pouco como Luis de Camões).
Já fui "escritora" num outro blog, mas desisti de continuar com ele: precisava de fazer nascer um novo "sitio", diferente (quem sabe se mais maduro?!), bem ao jeito de confidência... Foi daqui que nasceu este blog, "Una goccia di acqua".
O nome provém do título de um conto de Hans Christian Andersen chamado "A Gota de Água", que eu decidi traduzir para italiano (na minha opinião, as palavras adquirem uma harmonia dificil de classificar quando pronunciadas/escritas nesta língua). Primeiramente, decidi-me por este título, porque remetia para Hans C. Andersen que era um exímio "contador" de histórias - quando penso neste escritor, penso sempre em histórias de Natal, contadas às crianças, junto à lareira. Mas depois apercebi-me que não havia realmente nome mais apropriado para este blog!
Ao contrário de outros blogs (cujos novos posts eu acompanho deliciada), este assemelha-se mais a uma espécie de diário, algo mais intimista. Devido à propensão da minha escrita para a confidência e "dissertação", este não vai ser um blog do género "gato fedorento" (a tarefa cómica deixo-a aos nossos quatro amigos, pois têm muito mais jeito do que eu). Vai ser um blog simpatico, onde eu vou escrevendo os meus pensamentos, as minhas reflexões ou a minha opinião sobre algo... Seja o que for escrito, ou aquilo que os leitores bloguistas (divirto-me a utilizar estes neologismos) procurem, espero que gostem do "Una goccia di acqua"!
Voltando ao que estava a tentar explicar... - entretanto perdi-me a divagar sobre o blog - Não havia nome que melhor servisse a este blog do que "Uma gota de água"! Ora vejamos: este é um blog no meio de milhões de outros blogs (uma gota no meio do mar), pouca gente sabe da sua existência (uma gotinha passa facilmente incógnita) e cada post é apenas uma gotinha de pensamento, entre montanhas de outros pensamentos. E, vá lá admitamos, as gotas de água são algo extraordinário: são sublimes (uma pequena gota a dourar ao sol no parapeito de uma janela depois da chuva), são cómicas (quantas vezes não nos desmanchamos a rir quando levamos com uma pinga bem em cheio na cabeça?), são poderosas (ninguém fica indiferente perante uma lágrima seja ela de tristeza ou alegria), são preciosas (está bem presente na nossa mente a importância de poupar água), são arrebatadoras...
Penso que a "gota primordial" já vai bem longa e como tal termino por aqui... Espero sinceramente que gostem!