Nos últimos dias, vivi uma série
de “aventuras” que me fizeram duvidar do (bom) carácter das pessoas. Desde
falta de respeito, chico-espertismo, a machismo e falta de profissionalismo, o
que quiserem.
Porém, hoje está a ser o meu dia
de recuperar a fé no ser humano!
Não, não ando a pregar para que as
pessoas sejam simpáticas e caridosas! Estejam descansados quanto a isso. Mas no
dia de hoje já presenciei pelo menos três acontecimentos que me mostram que
ainda existem boas pessoas.
Evento nº 1:
No comboio, ia uma senhora sozinha
com um carrinho de bebé. Apesar de agora os carrinhos de bebé serem todos
“artilhados” e preparados para isto, aquilo e aqueloutro, acredito que deva ser
difícil tirar sozinha um carrinho de bebé de uma carruagem do comboio. Ainda o
comboio não tinha parado e já um rapaz perguntava: “A senhora quer ajuda para
descer com o carrinho?”.
Um aplauso para este senhor! Podem
não acreditar, mas não é assim tão comum quanto isso.
Evento nº 2:
Uma movimentada via lisboeta. Um
semáforo. Três faixas de rodagem: a da esquerda apenas permite seguir em
frente, a do meio permite seguir em frente ou virar à direita e a faixa da
direita apenas permite virar à direita. Um carro parado no semáforo na faixa do meio, pretendendo seguir em frente. Atrás dele, um táxi, que pretendia virar à
direita.
Existe um desfasamento temporal
entre o semáforo que permite virar à direita (que “abre” primeiro) e o que dá
luz verde para seguir em frente.
Fica verde para os condutores que
pretendem virar à direita. O táxi toca de buzinar incessantemente para que o
carro da frente avance. O carro não avança, pois pretende seguir em frente e o
sinal ainda está vermelho.
Eis senão quando… dois condutores
de duas motas que se encontravam na faixa da esquerda (o assunto não era nada
com eles) avisam o taxista que não tem razão para estar a buzinar. Se queria
virar à direita e não ter que esperar, teria de escolher a faixa mais à direita. Ainda estiveram uns momentos trocando palavras com o taxista,
defendendo o carro parado!
Defender um terceiro no trânsito? Eu,
pelo menos, nunca tinha visto tal coisa!
Evento nº 3:
Hoje ao almoço fui tomar café com
uma amiga a uma esplanada. No final, dirigimo-nos à caixa para pagar os dois
cafés. Só tínhamos uma nota para pagar a despesa. O empregado do café pergunta
se não temos dinheiro trocado. Não… Só mesmo a nota.
“Então pagam para a próxima!” –
foi a resposta do empregado do café.
Demorámos ainda uns instantes a
assimilar o que ele nos dizia e repetia. Nos dias de hoje – com a crise e tudo
mais – ninguém oferece nada a ninguém!
Convém explicar que era a primeira
vez que íamos ali e nada garantia ao empregado que lá voltaríamos!
Posto isto, voltei a acreditar que
ainda há boas pessoas!