quinta-feira, maio 30, 2013

Fui lá e Gostei #1

Nestes últimos dias, tem corrido a notícia de que este ano teremos o Verão mais frio dos últimos 200 anos!

Eu recuso-me a acreditar em tal coisa. Quem me tira o Verão, tira-me tudo!

E é para contrariar tal previsão que decidi começar uma nova "rúbrica", chamemos-lhe: Fui lá e Gostei!

Então de que se trata o "Fui lá e Gostei!", perguntam vocês. É uma coisa simples. Se vou a um café, restaurante ou afim e gosto, partilho isso com vocês. Pode ser que encontrem boas dicas! E também estão à vontade para partilhar comigo as vossas experiências.

A abrir este "separador" temos o Sétimo.

Num cantinho do Parque Eduardo VII, com vista para a Av. Fontes Pereira de Melo e para o Marquês de Pombal, temos um lugar de pausa que nos faz esquecer que estamos no meio de Lisboa. Ideal para dias de sol, com as suas mesas e enormes chapéus.

Por se situar na cobertura de um edifício, faz-nos cortar com a confusão citadina e relaxar. Fui lá na minha hora de almoço, tomar café com uma amiga (lembram-se do evento nº 3 do post Afinal ainda há boas pessoas?) e gostei muito do espaço e especialmente da localização.

Fica aqui a minha dica de uma boa esplanada!

Ai que isto é tão difícil

Peço desculpa pela ausência de alguns dias, mas tenho andado numa correria tal que nem tempo me deixa para organizar ideias.

Este fim-de-semana, vi a entrevista do maestro António Victorino de Almeida no Alta Definição da SIC e houve uma frase que ficou aqui a retinir. Gostaria de a partilhar convosco. Era algo mais ou menos assim:

"Se um maestro, antes de dar o espectáculo, for dizer ao público «Ai vocês nem sabem como isto é difícil, esta partitura é muito difícil de ler», o público não vai gostar! O público não quer comiseração, espera sim um trabalho bem feito! Ou se um actor fizer um mau espectáculo, se se esquecer das falas, de certeza que a companhia o despede. Então porque é que não haveria de ser o mesmo com os políticos? A plateia, que somos nós cidadãos, também esperamos que seja feito um bom trabalho e não gostamos de ouvir lamentos."

E achei esta metáfora absolutamente genial e "no ponto".

Nos nossos empregos, ninguém - principalmente o chefe - espera que tenhamos um discurso de desculpabilização e com isso se perdoe eventuais erros. Muitos menos, que dígamos que é um trabalho muito difícil e que é por isso que somos incompetentes.

Claro que erros toda a gente comete. Seria hipócrita se dissesse o contrário, ainda para mais estando eu no início da minha vida profissional.

Mas creio que todos temos consciência de que somos responsáveis pelo trabalho que fazemos. E que se não cumprirmos cabalmente as nossas tarefas, corremos o risco de ser despedidos*.

Então porque é que esta regra não se aplica à classe política? Porque é que eles vêm fazer comunicados em que basicamente dizem que é muito difícil governar o país e a culpa foi do outro?

É dificil, sim, meus senhores! Mas foram vocês que escolheram essa profissão de responsabilidade. A plateia espera profissionalismo da vossa parte.

*Depois de ter ouvido uma notícia em que uma funcionária da linha de atendimento do INEM via filmes no computador durante o horário de trabalho, ao invés de atender as chamadas de emergência médica, já não sei se seremos "todos" a ter essa consciência.

quarta-feira, maio 22, 2013

Afinal ainda há boas pessoas!


Nos últimos dias, vivi uma série de “aventuras” que me fizeram duvidar do (bom) carácter das pessoas. Desde falta de respeito, chico-espertismo, a machismo e falta de profissionalismo, o que quiserem.

Porém, hoje está a ser o meu dia de recuperar a fé no ser humano!
Não, não ando a pregar para que as pessoas sejam simpáticas e caridosas! Estejam descansados quanto a isso. Mas no dia de hoje já presenciei pelo menos três acontecimentos que me mostram que ainda existem boas pessoas.

Evento nº 1:
No comboio, ia uma senhora sozinha com um carrinho de bebé. Apesar de agora os carrinhos de bebé serem todos “artilhados” e preparados para isto, aquilo e aqueloutro, acredito que deva ser difícil tirar sozinha um carrinho de bebé de uma carruagem do comboio. Ainda o comboio não tinha parado e já um rapaz perguntava: “A senhora quer ajuda para descer com o carrinho?”.
Um aplauso para este senhor! Podem não acreditar, mas não é assim tão comum quanto isso.

Evento nº 2:
Uma movimentada via lisboeta. Um semáforo. Três faixas de rodagem: a da esquerda apenas permite seguir em frente, a do meio permite seguir em frente ou virar à direita e a faixa da direita apenas permite virar à direita. Um carro parado no semáforo na faixa do meio, pretendendo seguir em frente. Atrás dele, um táxi, que pretendia virar à direita.
Existe um desfasamento temporal entre o semáforo que permite virar à direita (que “abre” primeiro) e o que dá luz verde para seguir em frente.
Fica verde para os condutores que pretendem virar à direita. O táxi toca de buzinar incessantemente para que o carro da frente avance. O carro não avança, pois pretende seguir em frente e o sinal ainda está vermelho.
Eis senão quando… dois condutores de duas motas que se encontravam na faixa da esquerda (o assunto não era nada com eles) avisam o taxista que não tem razão para estar a buzinar. Se queria virar à direita e não ter que esperar, teria de escolher a faixa mais à direita. Ainda estiveram uns momentos trocando palavras com o taxista, defendendo o carro parado!
Defender um terceiro no trânsito? Eu, pelo menos, nunca tinha visto tal coisa!

Evento nº 3:
Hoje ao almoço fui tomar café com uma amiga a uma esplanada. No final, dirigimo-nos à caixa para pagar os dois cafés. Só tínhamos uma nota para pagar a despesa. O empregado do café pergunta se não temos dinheiro trocado. Não… Só mesmo a nota.
“Então pagam para a próxima!” – foi a resposta do empregado do café.
Demorámos ainda uns instantes a assimilar o que ele nos dizia e repetia. Nos dias de hoje –  com a crise e tudo mais – ninguém oferece nada a ninguém!
Convém explicar que era a primeira vez que íamos ali e nada garantia ao empregado que lá voltaríamos!

Posto isto, voltei a acreditar que ainda há boas pessoas!

sexta-feira, maio 17, 2013

"Gladiators in a suit"

 Há uns dias, em conversa com uma amiga, falávamos sobre o curso que tirámos e as opções que tínhamos feito.

 Dizia-lhe que não me imaginava a tirar outro curso [Direito], nem me imaginava a fazer uma coisa diferente [advocacia], pelo menos num futuro próximo. Sinto que estou onde devia/queria estar.

 Mas porque é que eu vim para Direito? Porque é que eu digo que este é o meu lugar?
 Por causa da frase: "We are gladiators in a suit!" (Nós somos gladiadores de fato).

 Devo admitir - e todos os que tiraram o curso comigo deverão conhecer esta sensação - que descobri, ao longo de quatro anos de curso, que Direito e Justiça nem sempre são sinónimos.
 Não iremos sempre defender os "bons da fita", nem mesmo existirá sempre lado bom e mau da situação, apenas visões diferentes. E muito menos o resultado será sempre o mais justo.

 É verdade que ainda não tive casos cabeludos e arrepiantes, e talvez por isso mantenha ainda uma visão um pouco romanceada disto tudo. Mas sinto-me bem a fazer o que faço. 

 Gosto da sensação de equilíbrio e de esforço para o atingir. Agrada-me muito poder contribuir para equilibrar determinadas coisas. Ser uma lutadora de fato! 
  Sendo ainda verde nestas lides, mas conseguir já de certa maneira ajudar alguém a resolver um problema, a que algo corra da maneira mais suave ou a esclarecer determinadas dúvidas, sabe muito bem! 

 Então naqueles dias em que batalhamos e batalhamos, damos mil e um voltas à cabeça, andamos para trás e para a frente a pedir informações daqui e dali, chegamos ao fim e... conseguimos! É isto que me faz deitar todos os dias a pensar não tirava outro curso nem me imaginava a fazer algo diferente.

quarta-feira, maio 15, 2013

A Síndrome do "Estou mesmo a chegar"

 Não tendo sido agraciados com a pontualidade britânica ou com o rigor germânico, muitos portugueses sofrem da síndrome do "Estou mesmo a chegar".

 Para vos ilustrar melhor o que quero dizer, uma situação verídica:
Hoje no metro um senhor ao meu lado atende uma chamada: "Estou! Não-sei-das-quantas já estou a subir a rua! Mesmo a chegar!". O senhor estava a sair do metro. Daí a subir a rua (qualquer das ruas ali próximas) ia uma grande diferença.

 Este episódio deixou-me a pensar: quantos de nós já não ouvimos isto? Ou... o dissemos? Vá lá admitam ;-)

 Eu confesso que tenho um certo problema com as horas. Penso sempre que os minutos esticam (só esta semana, perdi sempre o comboio de manhã). E, muitas vezes, quando me perguntam se estou muito atrasada ou onde vou, dou por mim a responder:
- "Já vou a caminho!" - e ainda estou em casa.
- "5 minutos e estou aí!" - diz antes 10 a 15 minutos...

 Não é que eu goste ou tenha especial prazer em enganar a outra pessoa, mas não quero que ela se aborreça de estar à minha espera. E assim, "encurtando" a distância, talvez ela sinta que os minutos não foram assim tantos.

 Em minha defesa, devo dizer que nunca chego muito atrasada (felizmente)! Mas pronto, prometo que vou tentar dar a minha localização geográfica correcta da próxima vez que estiver atrasada.


terça-feira, maio 14, 2013

As migrações pendulares

 Quando estudei Geografia (de longe a minha disciplina favorita - ironia!) no Ensino Secundário, lembro-me de falarmos sobre as migrações pendulares. Estas últimas referem-se às deslocações que as pessoas fazem de casa para o trabalho e do trabalho para casa - tipo pêndulos.
 Em suma, aquilo que nós trabalhadores - que bom incluir-me neste lote - fazemos diariamente. Sair de manhã de casa para ir trabalhar e voltar ao final do dia a casa.
 Fazemos tantas vezes isto que damos por nós a não fazer mais nada. Quem já deu por si com aquele sentimento que a(s) sua(s) semana(s) se resumem a casa e trabalho?
 De manhã, custa levantar cedo, por isso ficamos até ao último segundo na cama. Arranjamo-nos a correr e siga para o trabalho. Lufa-lufa o dia inteiro. Saímos do emprego. Todo um mundo à nossa espera, tanta coisa que podemos fazer! Ou não... Saímos tão exaustos que só queremos um duche quente e relaxante e a nossa cama. E tudo recomeça igual no dia seguinte. Am I right?

 No outro dia, uns amigos convidaram-me para ir até um café/bar depois de jantar a uma quinta-feira. Vou ser sincera, não me apetecia mesmo nada! Estava completamente exausta! Mas como já não estava com eles há muito tempo e não quis fazer a desfeita, lá fui. Claro está que adorei o convívio, mas com a "brincadeira" só me deitei à 1h da manhã. 
 Sexta-feira estava completamente k.o. - não digam ao meu patrão, mas eu tenho a sensação de ter adormecido em frente ao computador por instantes!
 Quantas vezes não disse a mim mesma que deveria era ter ficado em casa a descansar? Principalmente quando o cansaço começava a tomar conta do corpo e mente.

 Porém, se nos concentrarmos apenas nas "migrações pendulares", parecemos autómatos. A imagem que tenho na minha cabeça é daquele filme do Charlie Chaplin em que ele trabalha numa fábrica e faz sempre a mesma tarefa/movimento. Chega a uma certa altura em que não consegue parar de tão repetitivo que é o seu trabalho.

Eu não quero acabar assim! Sabendo apenas fazer viagens casa-trabalho e trabalho-casa...


 

sexta-feira, maio 10, 2013