quarta-feira, julho 24, 2013

Agora a infidelidade é um negócio?

Ontem, enquanto percorria as notícias diárias, deparei-me com este título: "O negócio da infidelidade é à prova de recessão e cresce neste contexto". O que mais me saltou à vista foi a expressão "o negócio da infidelidade". Espera aí! Há quem procure obter "rios de dinheiro" - perto de 100 milhões de dólares (75,7 milhões de euros) - explorando o quebrar do respeito entre duas pessoas? Ou melhor, aproveitando-se do desejo de secretismo que geralmente acompanha a infidelidade, para lucrar com isso?

Para mim, a infidelidade e a traição são das atitudes mais moralmente reprováveis. Cada um é livre de viver a sua vida e longe de mim tentar ensinar alguém como a viver. Mas, quando nos casamos ou mesmo namoramos, criamos um laço de respeito, companheirismo e lealdade com aquela pessoa. Tomamos a decisão de nos unirmos a alguém; de passar do nível da amizade para "algo mais". Isso significa que temos um sentimento maior, mais especial, por aquela pessoa, certo? E depois vamos - (tentando que seja) sem ninguém saber - encontrar com outras pessoas? Procurar "alguma coisa fora quando sentem que já não há paixão no casamento" - citando o criador do site Ashley Madison, que promove o contacto entre pessoas que procuram uma relação extraconjugal.

Creio que é um desejo natural da maioria dos seres humanos encontrar a metade da laranja. Sentimos que a encontramos, boa! E depois nem sequer respeitamos a nossa decisão, aquele vínculo criado, e toca de procurar outras metades.

Estou ciente que existem casos muito complexos, mas se já não há paixão, se já não há amor, porquê enganar o marido/esposa? Porquê desrespeitar o outro? Sei que custa e é doloroso, mas porque não ter uma conversa franca?

Várias frases me fizeram abanar a cabeça, enquanto lia a notícia.

"Muitos casos de traição acontecem por motivos económicos. As pessoas tendem a preocupar-se com o pagamento do empréstimo da casa, a educação dos filhos e é quando perdem o emprego que mais precisam do apoio da mulher ou do marido. Em muitos casos, isso não sucede e, por isso, procuram conforto de outras formas.". 
Agora a crise é desculpa para tudo? 
- Ai, querido(a), desculpa, dei uma facadinha no casamento, mas foi por causa da crise!
- Ah! Se foi por causa da crise, então, estás desculpado(a)!

"Há dois tipos de infidelidade: a que é detectada, com todas as consequências (como a de Bill Clinton ou Tiger Woods), e a escondida, a realidade para a larga maioria dos homens e mulheres que usam os meus serviços. Nunca serão descobertos e isso vai permitir-lhes manter o casamento." 
Nunca serão descobertos, mentem e vivem anos numa relação baseada em falsidade. Seja relação amorosa ou não, creio que ninguém aprova que o relacionamento com outra pessoa esteja envolto em mentira.

Este site parece-me uma promoção à infidelidade. "Venham, venham! Que não vai haver consequências!".

Espero nunca viver isto na pele, mas a infidelidade é algo que não consigo aceitar. Para mim, o respeito é um dos pilares-base de qualquer interacção humana.



Podem ler a notícia integral aqui: http://www.publico.pt/portugal/jornal/o-negocio-da-infidelidade-e-a-prova-de-recessao-e-cresce-neste-contexto-26860398.