quinta-feira, julho 19, 2007

Meu, teu, seu, nosso, vosso, deles

Este ano, no exame nacional de português pedia-se aos alunos que escrevessem um texto de reflexão acerca da sobrevalorização do espaço privado em detrimento do espaço público. Hoje, enquanto ia no comboio, voltei a lembrar desse tema...
O ser humano, a partir do momento em que assume algo como seu, que só a si diz respeito (privado), desenvolve a capacidade de proteger, cuidar e, até, mimar determinados objectos. Somos capazes de tratar como sendo a maior preciosidade do mundo o mais simples berloque. Porém, naquilo que diz respeito ao foro público (mas não será este também nosso?), a história já é outra!
Parece que esquecemos que público quer dizer comum, de todos, e por conseguinte nosso também. Egocentricamente, desprezamos o que é de todos, numa atitude de sobranceria. «Eu não tenho nada a ver com isto! Os outros que se preocupem, que cuidem disto.»
Quando era criança e não me estava a comportar devidamente na escola ou assim, os adultos faziam-me a seguinte pergunta: «Também fazes isso em tua casa?». E eu ficava a pensar sobre o assunto... Este foi um "aviso subliminar" que me ensinou a ter respeito por aquilo que é de todos e a estimá-lo.
Por diversas vezes, decerto que já fomos pela rua fora e vimos alguém a deitar lixo para o chão. Sempre que vejo tal situação me pergunto acaso essa pessoa estivesse em casa, se o deitaria para o chão ou iria andar os míseros passos e deitá-lo no caixote do lixo?
Admito que não vou munir-me de balde e esfregona e meter mãos à obra para limpar as ruas, não vou fazer isso, nem espero que a partir de agora todas as pessoas saiam à rua para o fazer. Só gostaria que reflectissem sobre o que é ser privado e público... Alargar horizontes e passar o zelo com que cuidamos aquilo que temos dentro das nossas quatro paredes para a casa chamada planeta Terra.
Seria pedir muito que evitassem estragar os espaços verdes das nossas cidades, vandalizar os transportes públicos, os edifícios...
Se me derem uma boa razão para o facto de sermos desleixados com o cuidado dos espaços públicos, eu prometo que me calo... até lá peço desculpa aos demais, mas METAM A MÃO NA CONSCIÊNCIA E NÃO SEJAM EGOISTAS!

terça-feira, julho 10, 2007

Let the sun shine, the sun shine in...

Definitivamente este post tem de estar aqui!
Hoje, vi o filme "O Amor não tira férias" - um título que realmente faz sentido. O que me deixou tão bem-disposta não foi a história de romance que envolve o argumento, mas sim a mensagem subliminar - talvez somente na minha imaginação - do quão a vida pode ser divertida, basta querermos.
Mostrou-me uma perspectiva diferente: para se estar feliz não implica exclusivamente estar apaixonado por uma pessoa do sexo oposto. Talvez mais do que isso a felicidade esteja em amar, tudo, todos e todas as coisas. Achar a beleza escondida nas coisas que nos rodeiam, saborear cada momento como se fosse mágico...
Actualmente, estou de férias: o que pode levar muito boa gente a pensar «Pois, se eu estivesse de férias também tinha essa boa disposição!»
Alto e pára o baile!!!
Já estão a começar o dia com a mentalidade errada. De férias ou não, experimentem inspirar o cheiro a Verão que paira no ar. Deixem-se contagiar pelas partículas de felicidade que pairam por aí. Em vez de passarem a viagem a caminho do emprego a resmungar com o tráfego, com o malvado do patrão, com a cambada de problemas que vos esperam em cima da secretária da empresa, experimentem apreciar os primeiros raios de sol a despontarem na manhã, a brisa matinal já quente enquanto não chega o calor do meio-dia...
Mas não existe somente beleza natural de manhã, podemos encontrá-la a qualquer hora do dia. Cada momento tem o seu quê de especial, o que nós seres humanos precisamos é de estar dispostos a encontrar esse tesouro...
E que tal aproveitar esta dica? Está um dia tão bonito...

segunda-feira, julho 09, 2007

Não à leveza dos livros!

Ontem, vinha no carro a ouvir a rádio Comercial e a sua rúbrica «O meu blog dava um programa de rádio». Quando calha, oiço o programa e divirto-me imenso com a genialidade dos blogs. Mas, ontem, o «consultório da Maria» levou-me mais longe...
Nos dias de hoje, talvez altamente estimulado pelos blogs, descobrimos novos escritores a uma velocidade incrível (parecem cogumelos!...). Muitos jovens tentam lançar-se na aventura de escrever um livro e tentam a sua sorte junto de uma editora. Não vejo mal absolutamente nenhum nisto, muito pelo contrário. Aplaudo a sua coragem! A literatura precisa de novas brisas, de inovação...
A questão é que ao mesmo tempo que os blogs se multiplicavam, os escritores anónimos lançados para ribalta de uma prateleira de livraria também. Uma coisa é ter um blog, outra é publicar um livro! Espalhou-se pelo senso comum que qualquer um detém aquele talento (leia-se, dom) de escrever um livro.
É isto que me preocupa: permitimos que as prateleiras das livrarias se enchessem de obras, cuja qualidade deixa, as mais das vezes, muito a desejar. Livros sem pés, nem cabeça, de uma «leveza» estupidificante...
Mandámos para os armazéns os marcos da literatura; ao mesmo tempo que falhamos na exigência de trazer a lume as grandes esperanças da escrita moderna.
A meu ver, torna-se imperioso que sejamos rigorosos para não deixar chegar ao mercado maus livros, mas somente aqueles que valem realmente a pena. Só assim nos tornaremos melhores e mais cultos.
O «lampejo de génio que todos os romancistas desejam mas poucos conseguem»...