segunda-feira, julho 09, 2007

Não à leveza dos livros!

Ontem, vinha no carro a ouvir a rádio Comercial e a sua rúbrica «O meu blog dava um programa de rádio». Quando calha, oiço o programa e divirto-me imenso com a genialidade dos blogs. Mas, ontem, o «consultório da Maria» levou-me mais longe...
Nos dias de hoje, talvez altamente estimulado pelos blogs, descobrimos novos escritores a uma velocidade incrível (parecem cogumelos!...). Muitos jovens tentam lançar-se na aventura de escrever um livro e tentam a sua sorte junto de uma editora. Não vejo mal absolutamente nenhum nisto, muito pelo contrário. Aplaudo a sua coragem! A literatura precisa de novas brisas, de inovação...
A questão é que ao mesmo tempo que os blogs se multiplicavam, os escritores anónimos lançados para ribalta de uma prateleira de livraria também. Uma coisa é ter um blog, outra é publicar um livro! Espalhou-se pelo senso comum que qualquer um detém aquele talento (leia-se, dom) de escrever um livro.
É isto que me preocupa: permitimos que as prateleiras das livrarias se enchessem de obras, cuja qualidade deixa, as mais das vezes, muito a desejar. Livros sem pés, nem cabeça, de uma «leveza» estupidificante...
Mandámos para os armazéns os marcos da literatura; ao mesmo tempo que falhamos na exigência de trazer a lume as grandes esperanças da escrita moderna.
A meu ver, torna-se imperioso que sejamos rigorosos para não deixar chegar ao mercado maus livros, mas somente aqueles que valem realmente a pena. Só assim nos tornaremos melhores e mais cultos.
O «lampejo de génio que todos os romancistas desejam mas poucos conseguem»...